Páginas

quarta-feira, 25 de julho de 2012

O melhor trabalho do mundo P&G



Não tem como não se emocionar com essa propaganda. Se já viu, veja de novo, se não viu, se prepare.

sábado, 21 de julho de 2012

We are broken

  Eu escrevi essa merda as 1:37 da manhã e terminei as 2:33. Me deem um desconto.
(Ou " A arte da conquista"). Eu gosto desse filme. A introdução vem dele.

Desde o início dos tempos, algo perto de 110 bilhões de humanos nasceram neste mundo. E nenhum deles chegou lá. Há 6,8 bilhões de pessoas neste planeta. Cerca de 60 milhões morrem por ano. 60 milhões de pessoas. Isso da aproximadamente 165 mil por dia. Eu li essa frase quando era criança, “Vivemos sozinhos, morremos sozinhos. Todo o resto é apenas uma ilusão.” Serve para me manter acordada à noite. Todos nós morremos sozinhos. Por que devo passar minha vida trabalhando, suando e lutando? Por uma ilusão? Porque nenhuma quantidade de amigos, nenhum garoto, nenhuma tarefa de conjugar o mais-que-perfeito ou determinar a raiz quadrada da hipotenusa, me ajudará a evitar meu destino. Irei morrer sozinha. Claro não tenho a ilusão (ou apenas mais uma) que sou a única que consegue adiar o sono por uma fração de tempo para me dedicar à essa incógnita--que tenho quase sem por cento de certeza, ou pelo menos gostaria de acreditar que tenho -- que já quebrou a cuca de muitos filosofos que não sei quais são, já que sempre confundo filosofos com matemáticos, e também de muitos outros não-celebres mortais como eu, mas a minha diferença é que quero desvendá-la não por esses eloquentes motivos morais, como melhorar a vida da humanidade, ou dos outros próximos 110 bilhões que talvez venham a surgir, mas quero achar esse "x" porque quero saber quem eu sou. Nah, isso na verdade não me importa mesmo, não quero saber do que sou feita, sei que sou assim, cheia de falhas e imperfeições - que conheço e desconheço ao mesmo tempo, porque sei que sempre existirá aquela mais uma- todas coladas com minhas boas intenções, mas quero saber para onde eu vou.

Não, não tenho o poder (ou sequer cogitei ter) o poder de decidir de onde vim, mas sei que tenho o poder de decidir para onde eu vou. Afinal, se  vivo sozinha e irei  morrer sozinha, devo pelo menos transformar minha ilusão em algo que me deixe no fim uma sozinha feliz.  Já disse Saramago: "todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que para a maioria, é só um dia mais." Bem, para mim, devo descobrir essa incógnita para que minha ilusão não se torne um dia vago e contando como mais um, mas sim me torne uma pessoa completa, independente do que completa quer dizer.

Também não sei a razão porque vivemos. Não sei por que motivo conseguimos esse relance de vida, mas sei que também não vou gastar meu tempo pensando nisso e esquecendo de viver. Dumbledore disse isso, então deve estar certo. Também não faço a menor ideia porque escrevo esse texto. Talvez para me dar uma luz. Aonde vou? Para que caminho seguir? Díficil obter essa resposta já que não sei o que quero fazer. Ajudar famintos? Impedir o aquecimento global? Descobrir a formação do universo? Sim, caminhos tentadores, mas será que vão me fazer feliz? Egoísmo meu pode até ser, mas se não me deixa feliz, fazê-los por quê? Baden Powell alegou uma vez que a maneira de ser feliz é contribuir para a felicidade dos outros. Peh. Desculpe, mas não concordo. Acho que acima de tudo, devo fazer o que me deixa feliz, tendo isso haver ou não com  felicidade dos outros. Pense em você, coloque sua música favorita, ande descalço. Seja você se isso te deixa feliz. Quando você estiver feliz, aí sim você contribui (ou não) para o bem-estar público. Claro que não estou dizendo que não se deve ajudar os outros, muito menos que se deve privá-los de felicidade, mas digo que felicidade é algo que se compartilha. Sorria, que esse é o melhor remédio e ainda é de graça.

Sei que sou prolixa, até mesmo até demais. Repetitiva sim, e relaxada ao dobro. Sonho muito alto e minhas expectativas quase chegam no teto. Me sinto melhor que os outros e tenho complexo de especialidade. Sei que posso ser arrogante, incompetente, indulgente, imprudente, covarde e tenho medo de dentista. Tenho medo do escuro, do desconhecido e do esquecimento. Mas acima de tudo tenho medo da vida. De todas as suas possibilidade e de suas descordenalidades. De sua des-sequência e de sua impresivibilidade. Tenho medo de sua alegria e de todas as suas esquinas e estradas. Vivemos nessa montanha-russa, de emoções, de caminhos, de escolhas, que é uma viagem só de ida. Cheia de arrependimentos, risadas, gritos e pancadas. Mas com essa imensa probabilidade de ser feliz que até me espanta. Com esses quebras-cabeças e jogos de esconde-esconde, com as quedas e os machucados, com a esperança, com a lealdade, com o altruísmo. E a questão é, já que não podemos desviar dessa tal vida, que assim se proclama rainha, vamos dar nosso máximo para fazê-la valer a pena. John Green disse "sim, vai doer. Vai doer porque é importante."

Mas esse é o mundo, essa é a vida. Coisas lindas e terríveis vão acontecer. Não tenha medo.

E posso até morrer sozinha. Mas morro sozinha e feliz. Muito feliz.

"Escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada. Porque no fundo, a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro". - Clarice Lispector.

Isso mesmo. Não alterou em nada. Ainda existe alguém sendo assaltado agora, alguém morrendo de fome, alguém sendo corrupto. Mas tem você que leu isso. Que agora tem essa ideia. Que agora sabe meu motivo. "Uma mente que se abre para uma ideia nunca mais volta ao seu tamanho original ", disse Einstein. Foi mal, agora você é uma pessoa com essa ideia na cabeça e não importam o que digam, mas "pessoas e ideias ainda vão mudar o mundo".

Love always, Uva.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Animalescos

Esses dias eu tava vendo uns programas sobre cachorros. Eu sei que são um saaaco, mas eu gosto de ver como treinar eles porque eu tenho uma (a coisa mais fofinha, mais lidinha, mais cuticuticuti). E a cada dia eu fico mais e mais impressionada com os animais. A pureza, a inocência... mas também a força do instinto, de sobrevivência, que persistem em seus séculos de existência. Esse contraste é o que torna os animais pra mim (principalmente caninos e felinos) tão bonitos... e perigosos.

Ao mesmo tempo que aqueles olhos doces são tão encantadores você não pode esquecer que aquelas garras e dentes estão ali para uma coisa: matar a presa. Então a hierarquia, tão respeitada pelos animais é baseada em definir quem é a presa e quem é o predador, numa competição territorial, psicológica e física.
E quer saber? Também somos assim. Ao mesmo tempo que somos tão civilizados sentimos e não resistimos às mesmas emoções que sentimos há milênios. Amor, felicidade, tristeza, frustração, compaixão... Enquanto os olhos são a entrada para nossas almas, nossas armas estão sim nas forças das mão, dos dentes e, maior de todas, no nosso cérebro. É lá que instinto e emoção se juntam, sendo imprevisível prever no que vai dar.

Deve ser isso que nos conecta tanto aos animais. Sim, somos muito parecidos com eles. Seus movimentos precisos de ataque e defesa, com equilíbrio perfeito é que inspiram nossa arte, nossos movimentos, reflexos, a dança, o ritmo, o jeito de olhar, andar, persuadir... E os instintos selvagens de sobreviver, de proteger a cria, de satisfazer a fome a sede estão presentes de forma "civilizada" na nossa vida. Porém, ao enfrentar situações de vida ou morte é que o predador dentro de nós se solta. Essas histórias tem de monte no Discovery (não que eu veja demaais).

No final das contas, somos sim presas e predadores. Alfas ou não, a competitividade nos cerca na escola, na universidade, no trabalho, na academia, no esporte, na aula de dança. Estamos sempre disputando pra ver quem fica no poder, pra ver quem é melhor.

 Isso nos consome de maneira tal que, inegavelmente, faz dos animais melhores que pessoas.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Descoloriu-se o já incolor



O homem foi descolorido
O homem está preto e branco
Sem cores
Sem variações
Sem diferença
Só padrão
Só o mesmo
O mesmo
E nada mais
Preto
Branco
Escuro. 
                 -Frida-

Conversas verdadeiramente alucinógenas sobre a infeliz realidade (irônico, não?)



-Quem? 
-O homem. 
-Homem x Homem
-Quem sobrou? 
-Homem.

-Qual deles?
-Perverso,monstro, desumano, reconhece?
-Reconheço. Você?
-Eu? Não, você, ele, ela, elas, eles, todos.
-Mas como?
-A perversidade se alastrou e consumiu o pouco que ainda resistia fortemente, hoje, não há nada além do escuro, do vazio.
-Vazio, é assim que as pessoas são hoje em dia? 
-Só se quiserem. 
-Eu não quero.
-Então mude.

                             -Frida-

Gentileza



Apagaram tudo

Pintaram tudo de cinza

Descoloriram muros

Mudaram vidas

Forçaram choros

Evitaram a alegria

Baniram a gentileza

Acabaram com a felicidade

Proibiram a esperança

Pintaram tudo com o escuro

Fecharam as saidas

Desligaram as luzes

Terminaram com as possibilidades

Excluiram a ternura dos momentos, a simplicidade das coisas a ingenuidade do ser
Mudaram o homem

O forçaram a mudar
                        -Frida Fritas-

"Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza" -Gentileza- Marisa Monte

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Pais e filhos


É longo, mas vale á pena cada frase!!

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade. Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes. Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito.

E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade. É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais? Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país. Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido.

Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.  Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer. A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão.

Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.
Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa. Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir. Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando. O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.
Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem.

Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande. Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significar dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito. Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência.

De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência. Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.

Comunicação

Eu estava ajudando meu primo, que é por sinal quarto ano, em sua tarefa de casa. Uma ajudinha básica e uma dúvida na tarefa de português me fizeram refletir muito. O exercício de casa era sobre comunicação. Sobre as maravilhas humanas que nos permitiram aproximar uns dos outros e facilitar a integração, assim como o mundo globalizado. Depois de ajudar meu primo na sua tarefa, pedi para dar uma olhada na ficha, já que minha curiosidade mórbida falou mais alto. A última questão da ficha era: "qual seu meio de comunicação entre humanos preferido?". Logo minha mente vagou pela internet, a qual sou extremamente viciada, ou pela TV, que também não sou menos addicted. " A resposta não deve ser tão fácil assim", falou uma parte da minha consciência. Realmente, a resposta não é tão fácil assim, pelo fato de ser tão simples que já desconsiderei de primeira. É tão esquecível essa resposta, e considerada tão irrelevante por tantos que esse meio de comunicação precioso é quase que uma relíquia hoje em dia. De repente, soube a resposta. Meu meio de comunicação favorito são meus olhos.

Daí vem a pergunta: seus olhos?

Sim. Parece tão bobo e forçadamente poético não? Mas são meus olhos. Prefiro mil vezes ter a capacidade de andar na beira dos olhos de uma pessoa, ter essa apreciação do que realmente ela é, ter essa conversa sutil e desligada, que só ocorre entre nós do que ser levada por uma enxurrada de informações desnecessárias. Não menosprezo a internet, a televisão, o celular ou qualquer um desses aparelhos eletrônicos quase que indispensáveis no meu dia-a-dia, mas falo que trocaria todos por esse simples olhar. Estou meio que parafraseando Ana Jácomo. "Coisa rara e bonita é a gente poder se comunicar por meio da alma, sem que palavra alguma necessariamente aconteça.", mas é assim mesmo que gosto. Ter comunicação corpo a corpo, mesmo sem ter a necessidade de falar. Saber que somos tão íntimos ao ponto de nos entendermos naquele silêncio onde tudo é dito. Já dissera João Pedro Bueno, que é no silêncio que se demonstra a imensidão de pensamentos que se tem guardado. É por isso que escolho meus olhos. Quero que só aqueles que realmente me amem, dentre as diversas formas de amor que existem, saibam me ler. Não quero ser um livro aberto, porque livro aberto, onde se pode ler já na livraria, ninguém quer comprar, ninguém quer ter afeto. Quero ser desvendada, com uma conversa olho no olho, riso silencioso e troca de olhares quase imperceptível. Sim, gosto tanto de mistérios que quero me tornar um. Sim, citei John Green.( Vamos não falar da perfeição do homem nesse post). O que digo é que prefiro saber que ainda valho a pena e que o amor ainda consegue superar diversas barreiras, inclusive a da fala. Será que mereço? Ha. Quem sou eu para julgar? Você vai me dizer, nessa conversa inquebrável de olhares. Se tu quiseres me fazer bem, quem sou eu para negar? Aceitamos o amor que achamos que merecemos. Além do mais, prefiro intenções do que ações. Escolho olhares porque é o modo que eu achei de semear esse sentimento, seja qual for, com aqueles que quero bem. Escolho olhares porque até agora, é como eu consigo me expressar. Escolho olhares porque eles transformam um " eu e você" em " nós". Escolho olhares porque assim podes me escutar sem que eu nem fale. Escolho olhares, porque, por mais clichê que isso possa soar, os olhos são a porta para a alma, e o que importa é o interior. Escolho olhares porque quero. E faço o que me deixa feliz.


" Sento na beira da praia de teus olhos incontáveis vezes, perto ou longe de você, só pra apreciar de novo. Porque amor é isso também. Essa admiração que não se cansa de reinventar a cada onda." - Ana Jácomo.


----------------------------------------------------------------------------------------------------


Obrigada a todos por lerem. Espero que gostem.
Uva ;D

Certo, já faz bem uns 10 minutos (mentira fazem só 7) que eu to tentando arranjar coragem e uma forma de dizer oi depois do século de desaparecimento repentino(ok, não foi repentino eu sumi mesmo). Então oi. Pra falar a verdade não tenho desaparecido só aqui não, to meio que raptada por uns tempos enquanto tenho trabalhado numas atividades extras do colégio, sei que isso não é desculpa, mas... Ok, serei objetiva:
Sou  Tenho sido muito preguiçosa e não tenho vindo postar no gqp, por isso minhas sinceras desculpas pessoal, de fato tentarei reduzir minha cota diária de preguiça :)
Mas vamos ao que interessa, exatamente aqui, em uma das minhas poucas 33 tabs abertas vou trazer alguns  tumblrs muito legais que tenho visto por ai, confiram que vale muito a pena!

Em um mundo perfeito:
São postadas imagens a partir do tema " Em um mundo perfeito,", as imagens são muito criativas e divertidas!
Quer ? dá RT ”Quero o poster do mundo perfeito que o @aldofabrini ta sorteando. http://tinyurl.com/3xtoawk” 


I can read:
O foco já é o outro, são postadas várias frase bem legais com fotos lindas!



The kitten covers:
 É super criativo, os post são imagens de capas de Cds famosos redesenhadas com gatos! haha
MewdonnaTina PurrnerDolly Purrton


Como eu me sinto quando:
Também é bem divertido, traz gifs engraçados que representam nossa sensação em vário momentos!


http://comoeumesintoquando.tumblr.com/


Curiquinhos e curicas, por enquanto só esses já que esse post já tava planejado há mais de 3 semanas e não sai, então aí está, espero que tenham gostado! Estalados, Frida





segunda-feira, 9 de julho de 2012

Diariamente

Acordar através do alarme. Se alimentar assistindo à televisão. Pesquisar através do computador. Se comunicar por um  celular. No carro, jogar no aparelho que, inicialmente, só serviria para reproduzir música. Chegar à aula, ao trabalho. Ter contato humano. Voltar no carro, escutando música individualmente pelo seu próprio reprodutor de música. Se alimentar assistido à televisão. Estudar, trabalhar... Um pouco de contato físico entre suas mãos e papeis.(viva!) E aí adormecer até que o som do alarme te acorde de novo...

Tem coisas que a gente faz e nem percebe, né? Hoje, numa sociedade voltada para o desenvolvimento tecno-científico, parece que esquecemos por completo daqueles prazeres humanos que só temos em contato com a simplicidade. A pureza, o descomplicado, o sutil. 
Por que será que, quando listamos os maiores prazeres da vida, são eles o de andar num parque, passear de bicicleta, jogar bola, ler, escutar música, ficar ansioso e enlouquecido para saber o final daquele livro, ficar conversando horas e horas com amigos, ter a companhia deles, tomar sorvete na praia com primos, tios, avós, família...

E por que será que nunca estão na nossa lista um i-pod, um telefone, um i-pad, um computador, a internet?
Porque mesmo que agora sejamos burros o suficiente para deixar o capitalismo vencer nossos valores, no final da vida o que prevalece? Todos sabemos, lá no fundo, que ter música no mundo é mais importante que ter um i-pod. Que ter amigos, família, é mais importante que ter mil mensagens num celular. Que ter literatura de qualidade é mais importante que ter um i-pad, pra ler suas porcariazinhas na internet. Que ter natureza é mais importante que ter uma camisa da Aeropostale, da Hollister ou qualquer bem industrializado...

E quantas vezes aquela alegria não veio no seu coração quando você foi acordado pelo canto dos pássaros... Nossa, eu amava quando eu vivia isso todo dia. Me sentia a própria Cinderela! Esses produtos todos não me fazem tão feliz quanto isso. Não me fazem tão feliz quanto ouvir minha mãe dizer "sabe a felicidade que eu senti naquele momento, filha? A felicidade que eu senti quando você nasceu.". Nada.
Produtos vão embora. Minha mãe, não. Continuará ali, imortalizada.
Uma vez uma amiga minha tava com as irmãs no barco delas. Ela tinha acabado de ganhar um i-pod novíssimo. A irmã mais nova, sem querer, foi mergulhar, bateu no i-pod e lá se foi ele pelo mar... E sabe o que ela disse pra mãe? "Eu não tô irritada por que minha irmã derrubou meu i-pod. Eu tô feliz porque eu tenho a minha irmã." Exemplar.

Mas a cada dia que eu digo mais, sou ouvida menos. Porra de marca nenhuma!
Não é teu pedigree que faz de você uma pessoa melhor ou pior. Não é o que você usa, o que você compra. É o que você fala, como você age que te definem como uma pessoa de caráter ou como uma pessoa que é tão descartável quanto qualquer desses produtos que você gastou tanto pra comprar.

Como já dizia Albert Einstein em sua época...
                                                                       "Tornou-se chocantemente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade."

terça-feira, 3 de julho de 2012

Nessas férias...

E finalmente, aquilo que todos os estudantes esperavam tanto chegou: férias. Nossa, ainda bem, ngm aguentava mais! Buuuut, todos sabemos que depois de 5 dias sem fazer nada até isso cansa e a gente fica com aquela vontade de sair de casa a todo custo!
Então, como fazemos todas férias, aqui tá uma lista de o que fazer (mesmo que todos ou grande parte de seus amigos viaje...):

1.Juntar todo mundo pra ir ao cinema (pelo menos umas três vezes nas férias)
2.Dar aquela organizada meega atrasada no seu quarto (até pq você não vai organizar novamente até o fim do ano)
3.Fazer maratona de séries (mas não muitas, por favor)
4.Comprar algumas coisinhas pra renovar o guarda roupa
5.Engordar :)
6.Ficar noiada porque engordou e emagrecer.
7.Todo mundo na casa de alguém com direito a Twister, War, Uno e Wii
8.Pensar em alguns objetos de decoração, ou ideias de reforma pro seu quarto e pra sua casa
9.Se juntar com as primas pra tomar banho de piscina, ir a praia... Se a chuva der trégua
10.Juntar as migs e ir pra uma doceria, sorveteria. Propósito disso tudo? Fazer todo mundo engordar muahahahahaha
11.Começar a escrever sobre coisas que te incomodam ou que te deixam muito felizes
12.Ter uma meta para ler pelo menos dois livros inteiros e de tamanho considerável
13.Fazer um piquenique
14.Atualizar o i-pod e o celular
15.Organizar as pastas do seu pc
16.Ir pra uma festa se houver alguma que valha à pena
17.Ter toodo tempo do mundo pra cuidar do cabelo, unhas, pele, testar mil produtos, maquiagens, penteados
18.Jantar com o pessoal
19.Brincar e dar mais atenção ao seu animal de estimação/ descobrir um novo hobby
20. Fazer nadismo (tipo ficar no facebook, vagando na internet, dormir até tarde, passar o dia abrindo a geladeira pra ver se comida de repente aparece, ficar andando pela sua casa, ficar de perna pra cima...)